Ontem, durante o debate que se seguiu à apresentação de uma declaração política sobre a situação atual do setor das pescas e na qual referi que o atual titular da Secretaria do Mar e Pescas estava de costas voltadas para os pescadores e suas associações representativas, eis que surge, logo a seguir nas redes sociais, uma foto de uma reunião entre aquele responsável com o presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, para “abordar a situação que os pescadores desta vila estão a passar, onde a mais premente, é o mau tempo, que os impede de irem ao mar”.

De facto, este é um problema real, que está a afetar todas as ilhas e faria sentido ativar o mecanismo de apoio previsto para esta situações, chamado Fundopesca. Estes apelos têm chegado de várias ilhas.

Da última vez que este mecanismo foi ativado foi a solicitação do próprio Secretário, que serviu apenas para tentar desvalorizar uma proposta apresentada na Assembleia, e aprovada por unanimidade, para atribuir um apoio extraordinário aos pescadores que não há maneira de aparecer.

Mas, o mais curioso é que o Secretário – que, como já foi referido, ignora os pescadores, as associações e a ciência – pouco depois de acusado dessa atuação, fez uma ridícula reunião com um presidente de junta de uma comunidade piscatória, também deputado do PSD, numa sala da Assembleia, na cidade da Horta, local onde convivem, durante estes quatro dias de Plenário, a uns escassos centímetros, separados apenas por um pequeno corredor.

Claro que, como todos já perceberam, daqui vai sair a ativação do Fundopesca, já se sabe. Mais uma para juntar a tantas outras trapalhadas perpetradas pelo responsável pelas pescas dos Açores.

Espero é que o sector não se cale, porque não é assim que as coisas devem funcionar.